FABACEAE

Mimosa itatiaiensis Dusén

Como citar:

Lucas Moulton; Raquel Negrão. 2017. Mimosa itatiaiensis (FABACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

66,617 Km2

AOO:

20,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Endêmica dos Campos de Altitude da Serra do Itatiaia e áreas adjacentes da Serra da Mantiqueira (Jordão, 2014). No estado do Rio de Janeiro, a espécie foi coletada nos municípios de Itatiaia (H.C. de Lima 7685) e Resende (H.C. de Lima 2542). Também foi coletada no estado de Minas Gerais, no município de Passa Quatro (R.S. Vieira 372), localidade situada bem próximo à divisa entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Lucas Moulton
Revisor: Raquel Negrão
Critério: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Espécie endêmica dos Campos de Altitude da Serra do Itatiaia e áreas adjacentes da Serra da Mantiqueira, na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais (Jordão, 2014). Arbusto ou subarbusto terrícola, apresenta EOO=58 km², AOO=20 km² e está sujeita a duas situações de ameaça, considerando sua presença dentro e fora do Parna de Itatiaia. Apesar de ser uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral, no Parna de Itatiaia incidem ameaças como o turismo desordenado (Barros, 2003) e o aumento da frequência e intensidade de queimadas de origem antrópica, que afeta principalmente os Campos de Altitude (Aximoff, 2011; Aximoff e Rodrigues, 2011). No entorno da UC, como no município de Resende, a paisagem é dominada por pastagens com poucos remanescentes de vegetação nativa (São Thiago et al., 2007). Tais ameaças vêm causando declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade do hábitat.

Último avistamento: 2014
Quantidade de locations: 2
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita originalmente em Arq. Mus. Nac. Rio de Janeiro 13: 56. 1903. Também descrita por Barneby (1991) e Jordão (2014).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush, subshrub
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Campo de Altitude, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Campos de Altitude, Floresta Ombrófila Mista Montana
Habitats: 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude Grassland
Detalhes: Arbusto ou subarbusto, terrícola, ocorre em Campos de Altitude (Jordão, 2014).
Referências:
  1. Jordão, L.S.B. Mimosa L. (Leguminosae Mimosoideae) no Estado do Rio de Janeiro: abordagem florístico-taxonômica.Dissertação (mestrado) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Escola Nacional de Botânica Tropical. Rio de Janeiro, 2014.

Reprodução:

Fenologia: flowering (Dec~Jan), fruiting (Jun~undefined)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2 Species stresses 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat,occurrence,locality past,future regional high
As queimadas em Itatiaia, que em 97% dos casos tem origem antrópica, representam grande impacto sobre espécies ameaçadas de extinção que não toleram fogo. Em sete anos (2004-2011), 5.724 ha foram atingidos por fogo dentro e no entorno do PARNA do Itatiaia (Aximoff, 2011; Aximoff e Rodrigues, 2011). Os Campos de Altitude, que apresenta características que facilitam a passagem do fogo, foram o tipo de vegetação mais afetado, correspondendo a mais de 70% da área queimada (Aximoff, 2011).
Referências:
  1. Aximoff, I., 2011. O que Perdemos com a Passagem do Fogo pelos Campos de Altitude do Estado do Rio de Janeiro? Biodiversidade Bras. 1, 180–200.
  2. Aximoff, I., Rodrigues, R.D.C., 2011. Histórico dos incêndios florestais no Parque nacional do Itatiaia. Cienc. Florest. 21, 83–92.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat,occurrence present regional medium
O turismo no Parque Nacional do Itatiaia é uma atividade intensa e muitas vezes, descontrolada, geradora de uma série de impactos ambientais como apontado no estudo de Barros (2003), como a expansão excessiva da largura de trilhas e a erosão do solo.
Referências:
  1. Barros, M.I.A. De. 2003. Caracterização da visitação, dos visitantes e avaliação dos impactos ecológicos e recreativos do planalto do Parque Nacional do Itatiaia. Piracicaba, SP. 121p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat,occurrence past,present regional high
O município de Resende (RJ) encontra-se no vale do Rio Paraíba do Sul, região devastada por sucessivas atividades econômicas, que acarretou na transformação de sua vegetação original e uma paisagem de campo de pastagens, com poucos remanescentes de floresta, representados por ilhotas de mata (São Thiago et al., 2007).
Referências:
  1. São Thiago, L.E.U., Barros, M.A. de, Barth, O.M., 2007. Deposição palinológica atual em sedimentos de superfície do solo no médio vale do rio Paraíba do Sul (Estados de São Paulo e Rio de Janeiro). Anuário do Inst. Geociências 30, 55–64.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Coletada no PARNA do Itatiaia (H.C. de Lima 7685).